Edith Piaf
Édith Giovanna Gassion,ou simplesmente, Édith Piaf. nasceu em Paris, 19 de dezembro de 1915. foi uma cantora francesa de música de salão e
variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo
francês da chanson.
O seu canto expressava claramente sua trágica história de
vida. Entre seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946),
"Hymne à l'amour" (1949), "Milord" (1959), "Non, je ne
regrette rien" (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de
2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros
em agosto do mesmo ano com o título "Piaf – Um Hino Ao Amor"
(originalmente "La Môme", em inglês "La Vie En Rose"),
direção de Olivier Dahan.
Édith Piaf está sepultada na mais célebre necrópole
parisiense, o cemitério do Père-Lachaise. Seu funeral foi acompanhado por uma
multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, o seu túmulo é um dos
mais visitados por turistas do mundo inteiro.
Ela nasceu como Édith Giovanna Gassion[4] em Belleville, um
distrito cheio de imigrantes em Paris. Uma lenda diz que ela nasceu na calçada
da Rue de Belleville 72, mas sua certidão de nascimento cita o Hôpital
Tenon,[5] que faz parte de Belleville.
Ela recebeu o nome de Édith em homenagem a uma enfermeira
britânica da Primeira Guerra Mundial que foi executada por ajudar soldados
franceses a escapar dos alemães.[6] Piaf, um nome coloquial francês para um
tipo de pardal, foi um apelido dado a ela vinte anos depois.
Sua mãe, Annetta Giovanna Maillard (1895–1945), era
pied-noir, mais especificamente de ascendência franco-italiana por parte de pai
e cabila-berbere por parte de mãe. Ela trabalhava como cantora em um café com o
pseudônimo de Line Marsa. Louis-Alphonse Gassion (1881–1944), o pai de Édith,
era normando e acrobata de rua[7] com um passado no teatro. Os pais de Edith
abandonaram-na cedo, e ela viveu por um curto período de tempo com sua avó
materna, Emma (Aïcha) Saïd ben Mohammed (1876–1930), que deixava-a em uma
saleta e não cuidava da sua higiene. Ela ficou 18 meses com a avó; antes de se
alistar na armada francesa em 1916 para lutar na Primeira Guerra Mundial, o pai
de Edith pegou-a de volta e levou-a para sua mãe. Esta trabalhava então em um
bordel em Bernay, na Normandia. Lá, prostitutas tomaram conta da pequena Édith.
Dos sete aos oito anos, Édith ficou supostamente cega devido
a uma queratite. De acordo com uma de suas biografias, ela curou-se depois de
as prostitutas a terem levado para orar no túmulo de Santa Teresa de Lisieux
(conhecida popularmente como Santa Teresinha). Devido a esse episódio, Édith
conservou devoção a Santa Teresinha por toda sua vida.
Em 1922, o pai de Édith levou-a para viver em sua companhia,
enquanto trabalhava em pequenos circos itinerantes. Em 1929, aos 14 anos,
enquanto seu pai fazia performances acrobáticas nas ruas de toda a França,
Édith cantou pela primeira vez em público.
Com 15 anos, deixou seu pai e foi viver num quarto do Grand
Hôtel de Clermont (na rua Veron, 18, em Paris), indo sozinha cantar no Quartier
Pigalle, Ménilmontant e subúrbios de Paris. Nessa época juntou-se à amiga
Simone Berteaut ("Mômone")[5] e as duas tornaram-se parceiras em
travessuras.[8] Édith estava com 16 anos quando se apaixonou por Louis Dupont,
um entregador.[8]
Aos 18 anos, Édith teve sua única filha, Marcelle, que
morreu de meningite com dois anos de idade em 7 de julho de 1935.[7] Como a
mãe, Édith encontrou dificuldade em cuidar da filha enquanto vivia de cantoria
nas ruas, e deixava Marcelle para trás. Dupont criou a criança até à sua morte.
O namorado seguinte de Édith foi um cafetão chamado Albert,
que em troca de não a forçar a se prostituir, cobrava comissões sobre o
dinheiro que ela ganhava cantando. Ela terminou o namoro quando uma de suas
amigas, Nadia, cometeu suicídio para não se tornar prostituta.
Em 1935, Édith foi descoberta cantando na rua da área de
Pigalle por Louis Leplée, dono do cabaré Le Gerny's, situado na avenida Champs
Élysées, em Paris. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a batizou de
"la Môme Piaf",[4] uma expressão francesa que significa "pequeno
pardal" ou "pardalzinho", pois ela tinha uma estatura baixa (1m
42 cm). Lepleé, vendo o quão nervosa Piaf ficava ao cantar, começou a
ensinar-lhe como se portar no palco e disse-lhe para começar a usar um vestido
preto quando se apresentasse, vestuário que mais tarde se tornou sua marca
registrada como roupa de apresentação.[8] Ele também fez enorme campanha para a
noite de estreia de Piaf no Le Gerny's, o que resultou na presença de várias
celebridades, como o ator Maurice Chevalier.[8] e a grande vedeta do music
hall, Mistinguett. Foi durante suas apresentações no Le Gerny's que Piaf
conheceu o compositor Raymond Asso e a compositora Marguerite Monnot, que se
tornou sua parceira e grande e fiel amiga por toda sua vida.[8] É de Marguerite
composições como "Mon légionnaire", "Hymne à l'amour",
"Milord" e "Les Amants d'un jour".
No ano seguinte (1936), Piaf assina contrato com a Polydor e
lança seu primeiro disco "Les Mômes de la Cloche", que se torna
sucesso imediato. Mas no dia 6 de abril desse mesmo ano, Leplée é assassinado
em seu domicílio. Piaf é interrogada e acusada de cúmplice, mas acabou sendo
absolvida mais tarde. Ele foi morto por bandidos que tiveram, num passado não
muito distante, laços com Piaf.[9] o que gerou uma atenção negativa sobre ela
por parte da mídia, ameaçando, assim, sua carreira.[8] Para reerguer sua
imagem, ela retoma contato com Raymond Asso, com quem, mais tarde, ela também
viria a se envolver romanticamente. Raymond passou a ser seu novo mentor e foi
ele quem mudou o nome artístico dela de "La Môme Piaf" para
"Édith Piaf" e encomendou a Marguerite Monnot canções que tratassem
unicamente do passado de Piaf nas ruas.[8] A partir deste reencontro, Raymond
começou a fazer Piaf trabalhar arduamente para se tornar uma cantora
profissional de Music Hall.
Entre 1936 e 1937, Piaf se apresentou no Bobino, um music
hall no bairro Montparnasse. Em março de 1937 faz a sua estreia no music hall
ABC, onde ela se torna imediatamente uma imensa vedete da canção francesa,
amada pelo público e difundida pela rádio. Em 1940 estreia no teatro em uma
peça de Jean Cocteau Le Bel Indifférent,[8] escrita especialmente para ela, e
que a fez contracenar com seu então companheiro, o ator Paul Meurisse. Ao lado
de Paul, ela estréia em um filme em 1941, Montmartre-sur-Seine de Georges
Lacombe.
Durante a ocupação alemã na França, Piaf continua seus
shows. Muitos a consideraram uma traidora, mas seguindo a guerra, ela declarou
que trabalhou a favor da resistência francesa. Na primavera de 1944, Piaf
conhece o jovem cantor Yves Montand e passa a ser sua mentora[5] e amante.
Em 1945, Piaf escreveu uma de suas primeiras canções:
"La Vie en rose", a canção mais célebre dela e seu grande clássico.
Em 1946, Montand estréia no cinema ao lado de Piaf em Etoile sans lumière.
Neste ano também o romance terminaria para os dois. Piaf acaba desfazendo o
relacionamento quando ele está perto de alcançar o mesmo sucesso dela.
Durante esse tempo Piaf estava fazendo muito sucesso em
Paris e em toda a França. Após a Segunda Guerra Mundial, tornou-se famosa
internacionalmente, excursionando pela Europa, Estados Unidos e América do Sul.
De início ela se deparou com pouco sucesso entre o público norte-americano.
Entretanto, após a publicação de brilhante matéria de proeminente crítico de
Nova York,[8] Piaf viu seu sucesso crescer ao ponto de sua popularidade levá-la
a se apresentar oito vezes no Ed Sullivan Show e duas vezes no Carnegie Hall
(1956 e 1957).
Em 1947, ela faz seus primeiros shows nos Estados Unidos. Em
1948 durante sua volta aos Estados Unidos, ela conhece o grande amor de sua
vida,[4] o pugilista Marcel Cerdan. De nacionalidade francesa, mas nascido na
Algéria, Marcel era casado ao começar tórrido romance com Édith Piaf. Pouco
tempo depois de os dois se conhecerem, Marcel tornou-se campeão mundial de
boxe. Em 28 de outubro de 1949, Marcel morreu em acidente de avião num vôo de
Paris para Nova Iorque,[10] onde a iria reencontrar. Arrasada pelo sofrimento e
também pelo sofrimento de poliartrite aguda, Édith Piaf começa a se aplicar
fortes doses de morfina. Seu grande sucesso "Hymne à l'amour" e
"Mon Dieu" foram cantadas por Édith em memória de Marcel.
Em 1951, o jovem cantor Charles Aznavour converte-se em seu
secretário, assistente, chofer e confidente. Ela ajudou a decolar sua carreira,
levando-o em turnê pelos Estados Unidos e pela França e gravando algumas de
suas músicas. Em setembro de 1952 casa-se com o célebre cantor francês Jacques
Pills, do qual se divorcia em 1956.
Começa uma história de amor com Georges Moustaki
("Jo"), que Édith lança para a música. Ao seu lado sofre um grave
acidente automobilístico em 1958, que piora seu já deteriorado estado de saúde
e sua dependência de morfina. Edith grava novo sucesso, a canção "Millord",
da qual Moustaki é o autor.
Em 1962, Piaf casa-se com Théo Sarapo, cabeleireiro de
ascendência grega que se tornou posteriormente cantor e actor, 20 anos mais
novo do que ela.
Edith Piaf morreu em 10 de outubro de 1963 em Plascassier
(na localidade de Grasse nos Alpes Marítimos), aos 47 anos, com a saúde abalada
pelos excessos, pela morfina e todo o sofrimento de uma vida.
Ela alugara uma mansão de 25 divisões perto da praia, onde
passou dois meses de descanso com amigos e com o marido. Segundo seu
acordeonista, Marc Bonel, foi um período de muitos gastos: almoços e jantares
para 30 a 40 pessoas todos os dias, regados a champagne e uísque.
Por medida de economia, transferiu-se para uma herdade em
Plascassier, apenas com a enfermeira, o acordeonista e a secretária, o
empresário e o marido, que a essa altura trabalhava num filme em Paris para
"assegurar o dinheiro do casal", como dizia a própria Piaf.
Édith Piaf morreu em consequência de uma
hemorragia interna, em coma. Como disse certa vez um documentário, "sem um
grito, sem uma palavra..." O transporte de seu corpo para Paris foi feito
clandestina e ilegalmente e seu falecimento foi anunciado oficialmente no final
do dia 11 de outubro. Faleceu no mesmo dia que o seu amigo Jean Cocteau e foi
enterrada no cemitério do Père-Lachaise (divisão 97).
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