"Chega. Chegamos no limite." - Diz Bolsonaro criticando investigação a seus aliados
O presidente Jair Bolsonaro parabenizou a Policia Federal na terça feira por ação e investigação a Governador do Rio de Janeiro, Porém quando o alvo das investigações foram seus aliados a história mudou.
Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira os alvos da operação realizada desta quarta-feira, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura fake news e ataques contra ministros da Corte. Bolsonaro disse que os investigados — que são seus apoiadores — não são "bandidos".
— Não são bandidos, não são marginais, não são traficantes. Muito pelo contrário — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro afirmou que foi um "dia triste", mas disse que será o "último".
— Mais um dia triste na nossa história. Mas o povo tenha certeza, foi o último dia triste — disse o presidente, acrescentando depois: — Repito, não teremos outro dia igual ontem. Chega. Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão. Eu honro o juramento que fiz quando assumi a presidência da República.
Em crítica velada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, Bolsonaro disse que não irá admitir decisões tomadas de forma "quase que pessoal". Moraes também suspendeu a nomeação de Alexadre Ramagem para a direção-geral da Polícia (PF), outra decisão criticada fortemente por Bolsonaro.
— Acabou, porra. Me desculpe o desabafo. Acabou. Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas, tomando de forma quase que pessoal certas ações.
Bolsonaro disse que o "gabinete do ódio", citado na decisão de Moraes, foi inventado e que um processo não pode ser aberto a partir de um "factoide". O nome se refere a um grupo de assessor da Presidência que supostamente participaria de um esquema de divulgação de ataques e notícias falsas.
— Inventaram o nome gabinete do ódio, alguns acreditaram e outros foram além, abrir processo no tocante a isso. Não pode um processo começar em cima de um factoide.
O presidente também criticou o ministro Celso de Mello por ter divulgado quase na íntegra a reunião ministerial do 22 de abril. Citando a lei de abuso de autoridade, Bolsonaro disse que "o criminoso não é" o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ou o do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que tiveram falas na reunião criticadas.
— A responsabilidade do que tornou-se público não é de nenhum ministro (do governo), é do ministro Celso de Mello. Eu peço pelo amor de Deus, não prossiga com esse tipo de inquérito, a não ser pela lei de abuso de autoridade, que está bem claro, que (infringe a lei) quem divulga vídeos, imagens ou áudios do que não interesse do inquérito. Está lá, um a quatro anos de detenção. O criminoso não é o Weintraub, não é o Salles, não é nenhum de nós. A responsabilidade de tornar público aquilo é de quem suspendeu o sigilo.
Bolsonaro disse estar à "disposição" para conversar com os presidentes dos outros Poderes e afirmou querer "paz".
— Estou à disposição para conversar hoje com o senhor Fux, que responde interinamente pelo Supremo, Davi Alcolumbre no Senado, Rodrigo Maia na Câmara. O que eu mais quero é paz. Tenho certeza que essas autoridades também querem isso daí.
Matéria com partes do texto de "O globo"
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