Mandetta está na corda bamba
O cargo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pode estar novamente ameaçado, após entrevista dada pelo ministro ao Fantástico no último domingo (12), que aumentou as tensões entre ele e o presidente Jair Bolsonaro.
Nos bastidores de Brasília, Mandetta foi considerado imprudente ao dar a entrevista no momento em que o seu relacionamento com Bolsonaro estava em fase de recuperação. Alguns ministros que o apoiavam acham que Mandetta exagerou e se sente o “salvador da pátria”, além de ser excessivamente prolixo em suas considerações.
Contra ele existe o fato de que tem o apoio incondicional do DEM. Em especial, de dois adversários políticos do presidente: Rodrigo Maia, presidente da Câmara e Ronaldo Caiado, governador de Goiás.
Na semana passada, em áudio vazado o deputado federal Osmar Terra e o ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni, comentavam que Bolsonaro deveria ter demitido Mandetta logo após a dramática entrevista que deu na segunda-feira passada após ser mantido no cargo. Na ocasião, Mandetta disse que já tinham limpado suas gavetas.
A demissão de Mandetta já é considerada certa em Brasilia. Ainda que dependa de uma decisão do presidente Bolsonaro acerca do momento adequado. Alguns falam que Mandetta espera sair como vítima para faturar politicamente em cima da imagem do presidente e dizer que fez o possível pelo bem do país mas que foi atrapalhado.
Não faltam nomes para a possível substituição do ministro:
Osmar Terra: atual ministro da Cidadania: médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Osmar Terra já exerceu seis mandatos de deputado federal pelo Rio Grande do Sul. No governo Michel Temer, foi ministro do Desenvolvimento Social. Concorda com o uso de hidroxicloroquina para tratar, ainda em estágio inicial, casos de coronavírus. Além disso, apoia a adoção da “quarentena vertical”, quando apenas o grupo de risco é isolado.
Nise Hitomi Yamaguch: médica imunologista e oncologista, formada pela Universidade de São Paulo e com doutorado em pneumologia. Diretora do Instituto Avanços em Medicina de Bela Vista, em São Paulo. Defende o uso de hidroxicloroquina e azitromicina em pacientes infectados pela Covid-19.
Antonio Barra Torres: atual diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), formado em medicina pela Fundação Técnico-Educacional Souza Marques com especialização em cirurgia vascular, ingressou na Marinha em 1987, é contra-almirante, atuou como diretor do Centro de Perícias Médicas da Marinha e do Centro Médico Assistencial da Marinha. Defende medidas mais brandas de isolamento.
João Gabbardo dos Reis: atual secretário-executivo do Ministério da Saúde, é médico de Saúde Pública formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com especialização em pediatria. Como número dois do ministério da Saúde, defendeu a manutenção do isolamento social. Seria uma solução menos traumática e manteria a atual linha de atuação da pasta
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